Gigi e Myra
conversa entre irmãos

domenica 1 agosto 2010

25 de dezembro 2008 - blog de Iosif Landau


Bobby Daren e Sandra Dee
...verão carioca chuvoso e inóspito de 2008 e 2009 a caminho se anunciava de igual tristeza e sua depressão se juntou ao mau tempo e pesou toneladas no corpo e na mente, o décimo terceiro da aposentadoria espalhado na mesa e ele olhava as notas sem saber o que fazer com elas e no CD player Bobby Daren cantando sua melancólica despedida do show business o The Curtain Falls, Off comes the make up/Off comes the clown's disguise/The curtain's fallin'/The music softly dies...cai a mascara/ cai a fantasia de palhaço./ a cortina se fecha/a musica devagar termina...Bobby Darin podia ter desbancado o Frank Sinatra, fracassou, saiu do cenário levando com ele a doce Sandra Dee...e ele também fracassara, podia ter... We've shared a moment/And as the moment ends/I got a funny feelin'/We're parting now as friends…tivemos nossos momentos/e ao terminarem/tenho a estranha sensação/que nos despedimos amigos...olhou de novo pras notas espalhadas a sua frente, olhou pro computador, seria tão fácil encomendar flores, mandar entregar um buquê pra ela com algumas palavras...”te amo ainda” ou “me perdoa” ou “me arrependo” ou outras tantas palavras inúteis, ela não entenderia, nunca o entendera gerações aparte, ela da novíssima nova postura congelada enraizada novas atitudes absorvidas nos novos tempos templo do feminismo impaciente intransigente inclemente e ele homem dos meados do século passado generoso no amor na dedicação carinhosa despojado de exigências a pedir carinho a implorar companhia na solidão a distancia inclemente, apenas palavras e imagens a compartilhar e cavalheiro o passado de intimas relações sem julgamento e com segredos por ele nunca exigido a serem revelados, o passado a cada um pertence como o presente aos amantes do momento somente a eles pertence e a ninguém de antão distante ou quase recente nesse novo palco não lhe era permitido ingressar e se ingressar expulso deveria ser, é regra secular de obvia compreensão tacitamente estabelecida e desnecessária de explicação e eis que surge grotesco e infame um elemento inoportuno insistente e de burra impertinência a derramar mel veneno e palavras melosas sobre o leito virtual do atual relacionamento a conspurcar a balançar com ingênua maldosa caudalosa enxurrada de sandices e permitido lhe foi sem censura ou admoestação incólume permanecer pirâmide inconveniente cunha e punhal no domínio daquele amor real – irreal a perturbar a feliz solidão daquele habitante do loft agora a olhar o dinheiro espalhado, indeciso e corpo e mente dolorida... If I had this to do again/And the evening were new again/I would spend it with you again/But now the curtain falls…e se tudo terá que recomeçar/e as noites se renovarem/ com você as passarei de novo/ mas agora a cortina se fecha...ele sem remorso jogou a notas de reais pro alto e acompanhou as notas a voar como seus sonhos voavam, como sua imaginação tecia romances inexistentes e desejo por mulheres que nunca conhecera e sua solidão ele a afugentava com uns “fazer de conta” de amores nunca vividos e recolocou o CD de Bobby Darin e imaginou um nome de uma mulher que soasse jovem com Sue Anne e parecesse bela ao completar com Monroe ou Gardner ou Hayworth, mas escolheu foi Diniz, nome completo Sue Anne Leila Diniz, endereço Pier de Ipanema, Vieira Souto sem numero, dez Gira Sois, entrega imediata, um bilhete anexado: Feliz Ano Novo

Off comes the make up
Off comes the clown's disguise
The curtain's fallin'
The music softly dies.

2 commenti:

  1. Certamente ele criou asas e acompanhou os sonhos,pois é que nos mantém vivos.


    Um beijo

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  2. minha querida, nossa querida Angela, voce tem razao! isto nos mantém realmente vivos! TODOS!!!
    um nosso grande beijo

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