Gigi e Myra
conversa entre irmãos

sabato 27 febbraio 2010

sabe , meu querido,


eu tenho posto coisas que voce tem escrito lindas!
mas vejo que somente minha nova amiga Angela, e tua sempre amiga Paula
tem vindo nos ver, e escrito algo...aos outros como que nao lhes interessa nem ler, nem escrever algo ; devem estar muito ocupados e outros, teus amigos, ja conhecem tudo que ponho aqui...
me pergunto se nao é melhor eu continuar a falar com voce mas
em silencio, quem sabe chegou a hora de deixar voce nadar
em paz ...
porém, nao se preocupe, vou continuar a colocar teus textos tao bons!
e pouco a pouco talvez eu me acostumarei a falar com voce, ja que
mesmo se voce esta por ai afora nadando, voce continua aqui bem pertinho de mim
e assim como estivemos separados quasi toda a vida, mas sempre tao juntos,
assim tambem agora neste silencio aonde eu estou, tenho voce como companhia
sempre ao meu lado, e vejo voce sorrindo e me chamando de "ideia fixa", e voce tem razao...como pode ver agora!!! com este nosso cantinho:)
Chegou a minha hora de ir para a cama com um livro e te dar um grande beijo.
Amanha vou escolher outro poema teu de Eu Vi, mas como ja te disse, vou falar com voce...em silencio..boa noite.

P.S. vou colocar uma bonita imagem das que estou fazendo com o computer!
espero que goste!

giovedì 25 febbraio 2010

Eu Vi -2003 -Preto & Branco


no sofá, sentado no meu canto predileto,
cabeça encostada no respaldo gasto,à minha frente, na parede do lado esquerdo
um entalhe de madeira comprado na feira hippie,
assustador, escuro, cabeça disforme, serpentes, lembrou-me da minha alma perturbada,
acima dele em papier maché, enorme cabeça de palhaço,
nariz vermelho, olhos tristes, colarinho folgado,no brechó empoeirado,
paguei uma nota preta,
sou eu, moldado com fiel semelhança,
passo o olhar indolente pela estante, livros desordenados,
misturados, são meus sentimentos,
CDs empoeirados, não os ouço faz tempo,
como também não ouço mais meus lamentos desconexos,
mais adiante, fotos de todas as eras,
coloridas, misturadas em estética desordem atrás de sólido vidro,
meu deleite quando as visitas exclamam: que família bonita!
logo em seguida, numa moldura simples e barata,
oito jovens, olhares triunfantes, com as mãos nos remos
vencedores da prova Oswaldo Aranha,
na raia da Lagoa,o ano de 1942,
ou talvez um ano depois, não importa,
agora, no limiar de 2002, essa foto, quase um epitáfio,
a morte passou por alguns,
aos outros espreita,inocência, vitalidade, coragem, afogados na Lagoa?
pela janela a brisa noturna me estremece,
o dia se apaga, a noite se estende inclemente,na escuridão da sala,
um halo cor de turquesa, juro, coroa oito cabeças,

oh, Deus, Jeová, Maomé

eles são tão sadios,
eles são tão belos
eu fui um deles,

o segredo da vida
é uma foto em preto & branco?
aceno, foi bom revê-los, amados amigos,
mandarei minhas lágrimas do Hades,
prometo, num barco a remo.

Pacis Vobiscum!

mercoledì 24 febbraio 2010

Homenagem ao nosso pai: -Eu Vi -2003



bendito seja

Pai, sorriso discreto,filho, riso infante,
Amor-carinho caminhapor rostos colados.
Salmos ternura,anos flores.
Na lápide gasta a data é outra.

O filho reza
Bendito seja, meu pai,
Shema Israel... dignidade
Lembro-me de muito poucoparei de sonhar?
Sei que a noite me amedrontava,
ele do meu lado vigiava em silêncio,
não era de muitas palavras,
transmitia segurança,
não importa se era baixo,calvo,
se portava pince-nez
se usava gravata borboleta,chapéu, colete e bengala,
foi o condutor da minha alma,
vigia da transição à adolescência,astuto, corajoso, criativo,
dirigiu o destino da família,
trouxe-nos ao porto seguro,
desmentiu a crença de que
dinheiro aniquila generosidade,
pecou por excesso dela,
criou a lenda da fortuna inesgotável,
perdoei-lhe a inofensiva vaidade,
no País do Futuro foi depenado,
acreditava na lisura do aperto de mão
tão fora de moda como gravata borboleta, colete,chapéu e bengala,
não envergou na solidão da viuvez,
nem com saudade da filha desterrada,
aceitou vida espartana,
por vezes sucumbia às lembranças,
tirava o lenço do bolso e enxugava uma lágrima,
encantava os netos com relatosde luxo e riqueza e então sorria.
Sem aviso, sem muitas palavras,
foi aos céus com dignidade.
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amor filial

Pouco me recordo da infância,
nem de um simples enjôo,
dor de dente, joelhos esfolados, amigdalite.
Carrego este peso insuportável,
não consigo colocá-lo no chão,
sentar-me em cima, respirar aliviado.
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Meu olhar, como um rifle antiquado, atira.
O recuo da arma é violento,
a dor leva-me de volta à infância,
o amor que sinto chegou tardio.
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infelizmente nao tenho
fotos de meu pai
de jovem e
junto com meu irmao

lunedì 22 febbraio 2010

Eu Vi - Iosif Landau - 2003


SANTA

estranho eu pensar em você agora,
que partiu quando eu estava longe
voltei para te enterrar e não senti remorso por não te rever ainda em vida,
estranho eu pensar em você agora,
quando meu fim se aproximae eu nunca ter sentido saudades suas
em toda a minha vida,
estranho eu pensar em você agorae na minha infância
e você tão linda e cheia de vidanão saía do meu lado,
estranho eu pensar em você agora
e eu calvo, barrigudo, cansado, ainda me vigiava, olhar atento sua eterna criança,
estranho eu pensar em você agora,
quando já envelhecida e tão generosa
aprendeu a amar aquela mulher que roubou seu garoto idolatrado,
estranho eu pensar em você agora,
que por vezes rechaçada, tão pouco compreendida
por quem vivia ao seu lado
apenas sorria, sem paciência,
estranho eu pensar em você agora,
você que sonhava através da existência e comprava fantasias
nas cartomantes e falsas ciganas,
estranho eu pensar em você agora,
você que escapava dos pesadelos
com sonhos emprestados das drogas
escondidas na bolsa vigiada
com tanta ferocidade,
estranho eu pensar em você agora,
quando mergulhada na inconsciência
sorria, é apenas reflexo diziam,
mas eu adivinhava que eram visões,
profecias, sonhos, milagres,adorações, iluminações, êxtases,
era o mundo que você merecia,
santa piedosa, brilhante, inteligente,
santa minha mãe,
você morreu amando tanto a Vida!

domenica 21 febbraio 2010

Eu Vi - Iosif landau - 2003


Minha geração me viu partir para a terra do Arco-Íris.
Fugi de uma terra abençoada, rica em ouro, petróleo e trigo,de uma cidade bela e encantada, Cidade Luz dos Bálcãs,reinado, opereta digna de um Franz Lehar.
Fugi aos poucos, sem pressa e muita dor, fugi da enchente sangrenta, fugi da morte, do fogo e do aço escaldante, dos novos selvagens.
Aprendi que a morte não é sono ou descanso, é lua de sangue,e te espera de olhos bem abertos, mas os anjos dos livros sagrados,com roupagem de seda e sininhos, me cercaram e murmuraramno ouvido: vá! vá !vá!, teus pais te esperam, tua irmã te chama.
E abandonei minha infância, meu nascimento, meus livros,meus retratos, meu quarto e corredores silenciosos, as bestas rindo.
Trouxe comigo meu corpo, meus dezesseis anos, a poeira das lembranças,os lençóis brancos cobrindo corpos mutilados e dos vivos que ainda morrerão.
Deixei para sempre os túmulos dos antepassados.
Minha geração partiu para a terra do Arco-Íris,mas levou consigo, gravadas na alma para a eternidade, palavras doloridas e imagens de pavor,um pergaminho secular de morte e terror, e viajantes como eu, colecionadores de dor e temor,"Meu Deus, meu Deus, por quê?".
Ele nunca responde,mesmo na segunda chamada, uma eterna dúvida: meu Deus?
Talvez tudo esteja escrito em livros não compreendidos,em dicionários com palavras desconhecidas e amaldiçoadas.
Como os exilados do Faraó, esperaremos, ajoelhados na escuridão,escondendo nossos rostos submissos, até que a humanidadearrependida estenda seus braços e nos chame: venham irmãos,nos somos o mundo!
Minha geração partiu para a terra do Arco-Írisà procura de novas ilusões e novos lares,novas paisagens e terras macias, um Novo Mundo,e eu tentarei atarraxar um novo rosto, de herói, livrar-me do antigo e jogar no lixo a lâmpada queimada, meus braços estenderei para o novo futuro.
O movimento de minha alma será o movimento das ondasdo novo mar, e meu olhar se perderá no horizonte azul,e as mesuras de vai-e-vem das rezas são movimentosde arrancada de um salto triplo para a nova vida.
Numa bela manhã, limpa e azul, resplandecente e luminosa,vejo com clareza o milagre, meu neto, que me abraça rindo,e eu visto roupas coloridas, e ouço nem perto nem longe,vozes que cantam alegria ao som de bateria cadenciada.
Meu corpo se movimenta em harmonia com a nova alegria,ganhei o jogo de xadrez com seus vinte e quatro quadradinhosde desespero e vinte quatro quadradinhos de não-esperança,estrelas brilham no meu coração, a Via Láctea bem próxima.Hino de glória ao Deus imaginário da minha infância,ouço o som do shofar: "as portas do paraíso se abriram".Não beijei o solo do novo país quando desembarquei,há sessenta anos, mas sei que me abraça, até a ultima despedida.
Finis!
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codigo atavico escondido?
nao,
bem vivo
eterno

isto sou eu, Myra, que digo

sabato 20 febbraio 2010

para Paula e Angela


sei que voce Paula, e voce Angela, me
entendem...e por isto , vou agora lhes dizer umas
palavras que me doem muito ....so tenho lagrimas e
mais lagrimas lagrimas lagrimas e mais
lagrimas...e sei tembem que exponho aqui
provavelmente para os que talvez leiam, uns
sentimentos ...sem pudor. Nao me importa. Mas vejo
sei, que pelo menos voces duas vao entender que
( talvez poco a poco consiga dizer, "era, foi", nao
sei) mas com meu irmao, minha ultima raiz desta
arvore transplantada da terra onde nascimos, graças
ao meu pai, cuja ida somente realizei, mesmo,
depois de anos... foi arrancada...arrancada
depressa demais.e agora com ele foi -se
definitivamente minha infancia,uma infancia talvez, seria
demais, alegria de minha infancia tao distante e
ja cheia de incompreensiveis acontecimentos, mas
sempre infancia, numa linda casa, num lindo jardin
ele e eu subindo pelas arvores de cerejas e de
nozes, ou jogando foot ball - eu sendo un "garçon
manqué", fazia de goalero , enfim, tbem se foi a
minha adolescencia dificil mas com sua
complicidade e suas risadas e brincadeiras,
sobrevivi.
Me lembro de como dansavamos, na sala
do apto de Rio de Janeiro, ao som de tantos
musicos agora bem esquecidos. nao por ele nem por
mim.
Os blogs dele, os nosos e-mails, quanta
companhia nos fizemos nestes ultimos anos...eramos
sempre cada vez mais unidos e, sim,
telepaticamente, tbem...escreviamos quasi sempre no
mesmo dia, sobre sentimentos muito
parecidos..claro ele, muito melhor que eu,
enfim estou me despindo aqui, hoje, de muitas coisas.
Nao sei muito bem porque. Talvez seja a enorme
saudade e tao imensa falta que me faz...mesmo se o
sinto perto...mas cada dia é mais dificil
sobreviver nesta solidao que de longe ele me
enchia com seus problemas que eu tratava de ajudar a
resolver, compreender e quem sabe sim, ajudei em algo
- como a dificuldade dele de se
comunicar com nosso pai - por exemplo -
Sim, consegui, e fiquei feliz
jà que vi depois com os poemas que ele escreve -
escreveu ao meu pai...e tantas coisas mais que nao consigo
escrever...entao tenho que parar...lagrimaslagrimaslagrimas
Basta.
Sei que pelo menos voces duas, amigas, me
entendem...

Gigi, perdoa minha explosao de tristeza,
melancolia, saudades ou seja là o que for.
Eu nao sei...

Prefacio à Memoria Tumultuada por Silvana Guimarães


Todo dia, a melancolia

Havia, no princípio, um verbo. Que fosse amar, talvez, pois para isso existimos. O certo é que era uma palavra. Que guardasse em si, talvez, toda a memória do mundo, pois é disso que existimos. Iosif Landau, com muita coragem, voltou ao seu começo, para escrever este livro, em que a personagem principal não é inventada, nem qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência: é ele, Iosif Landau, um homem em estado de absoluto tumulto. Vasculhando cada pedaço de sua alma, por meio de lembranças, ele fez uma espécie de acerto de contas consigo mesmo, passou a limpo o passado, assumiu suas alegrias, prazeres, culpas, perdas, danos e enganos. Coisa que não é para qualquer um.
Eu me pego pensando agora, que estou escrevendo o prefácio de uma vida. Um privilégio que é de poucos também. Mas não quero estender-me além da parte que me cabe. Amo o amigo, respeito o escritor e admiro a sua obra, constantemente me assustando: Iosif Landau não é de esconder mensagens nas entrelinhas. Suas palavras, tal como suas feridas e cicatrizes, são sempre explícitas.
Com sua caligrafia inconfundível — ele escreve compulsivamente — tem hora que Iosif Landau vai atropelando as palavras, desprezando indefinidos artigos e pronomes, como se estivesse atrás da palavra essencial. Em outro momento são as palavras que o atropelam, como se somente elas não bastassem. Repare, gentil leitor, este livro é cheio de cheiros, cores, imagens e sons. É uma história de amor. Com todas as suas contradições.
Iosif Landau aprendeu que é o público quem decide a sorte da arte e do autor. Mas escreve conforme recomendou Voltaire: "O verdadeiro pecado é escrever para o público". É possível que ele nem se dê conta disso. Página por página, o escritor e poeta reflete, com intensa melancolia, sobre questões que o atormentam e para as quais ele não encontra explicação. Judeu, nascido na Romênia, viu-se livre dos campos de concentração, vindo morar no Brasil, que ele considera o seu céu. E passou a viver o inferno de sua vida em reviravolta, tendo que conviver com a maldade que há no mundo. Outras tantas vezes foi salvo. Pela vida, pelo amor, pelos amigos, mas a maldade permaneceu no mundo. Por que estou vivo e sofro? Esta é a grande indagação de Iosif Landau, o pivô de sua melancolia. Afora a saudade do que ele não viveu. A nostalgia do que virá. Sua maior constatação, melancólica também, é a de que existem respostas que não têm perguntas. Amanhã o sol vai nascer de novo. Ele sabe.

giovedì 18 febbraio 2010

EU VI - 2003 - Iosif Landau

Eu vi os expoentes de minha geração destruídos pela loucura...
Allen Ginsberg inicia o seu Uivo.

E eu vi a minha geração esmagada pela apatia,
que não soube se insurgir nos campos da morte,
arrastando-se até a sepultura sem um uivo de protesto,
que suportou em silêncio o desdém dos que se diziam amigo
se não odiou bastante seus inimigos,
não condenou seus aliados,
sumidos nos esconderijos da ignorância e presos pela ganância.
Piratas com bandeira da neutralidade,
o rei Papa conduzido pela Guarda Suíça
a fazer mesuras solenes à Besta e o Grão Mufti no Cairo
a incentivar a chacina, compenetrado em rezar na direção de Meca.
Os lábios dos mortos agora murmuram,
não cometam de novo a mesma loucura,
debaixo da terra ainda ouvimos gemidos de dor,
não deixem os mortos retornar e não deixem os vivos esquecer
os assassinatos a sangue frio e jamais olvidem os olhares dos sem nome.

Ó Deus, volte de onde se escondeu e se lembre de nossos nomes,esqueceu-se de que nos criou com amor?Foi Você ou Satanás que nos amaldiçoou?

Eu vi minha geração muito paciente, iludida, enganada,
as primaveras nunca serenas, os invernos sem festejos.
Na Terra Sagrada os inimigos enchem a pança com tâmaras e figos,
e o protetor saxão a enviar laranjas para as mesas de ladies&gentlemen
enquanto crianças e adultos jaziam em campos de refugiados,
condenados à eterna espera, ao amanhã que nunca vinha.

Ó mundo, nos diga, a vida de alegrias é vida de lágrimas para sempre?

Eu vi minha geração-gado, vagar no Mediterrâneo azul e manso,
enquanto mister Bevin, Her Magestie's minister, negava vida,
e Êxodo, navio fantasma, campo de extermínio flutuante,
podre e fedorento, levava de um porto a outro, mercadoria-gente,
que já se esqueceu de onde veio, onde nasceu,
apenas o nome judaico ancestral a fazer lembrar de flores e frutas,
cidades medievais,campos de trigo, cantos e lamentos, templos incendiados e cossacos.

Ó Deus, da tua janela celeste, o que vê? O mesmo que as mães em desespero com sua carga no ventre?

Eu vi minha geração desesperada, forçar a porta do Paraíso das olivas,
enfrentar os tommies ingleses com poucas armas e muita coragem,
o Irgun, o Haganah abrirem caminho ao êxodo moderno,
e ver enfileirados corpos ao pé do Muro Sagrado,
almas pacientes,mortas com sorriso nos lábios,
a Terra ainda nos pertencerá,
o deserto florescerá e nossas crianças serão belas
e até os navios afundados a caminho da liberdade serão recebidos com vinho e flores.

Ó meu Rei David, será essa a nossa glória?Ó meu Rei Salomão, o Templo são essas pedras?

Eu vi minha geração-coragem empunhar granadas, fuzis e pistolas
homens e mulheres de todas as idades,
de muitas línguas e costumes,
defender a Terra Sagrada,
evitar nova carnificina de Massala,
e depois de dezenas de anos e mais duas gerações,
ainda em luta de pouca glória-necessária,
almejando sol e sombras pacatas,
em vez de ruínas fumegantes,
e mães de tumbas escuras sussurrarem,
filho tome cuidado, a noite ainda é escura,
a alvorada ainda demora,
e talvez depois de tantas batalhas, o ódio sumirá para sempre.
Mas o sangue de tantas cores nas areias do deserto,
aos pés das oliveiras, surgirá sempre vermelho,
será para sempre a Lembrança.

Ó Deus, sua voz-trovão cada vez menos ouvida, seu silêncio é imenso.

Eu vi os expoentes da minha geração quase destruídos pela loucura...

martedì 16 febbraio 2010

Eu Vi - 2003 - foto Dominique Landau


A POESIA CRISTALINA DE IOSIF LANDAU

Iosif Landau: um poeta que se distingue pela autenticidade e espontaneidade. A leitura de seus versos provoca-nos sentimentos variados, pela clareza de suas palavras e pelo forte sentido de legitimidade que delas emana. E não é esta uma das funções da poesia, transmutar sentimentos, provocar emoções?
Percorrendo o livro tive a certeza de estar lendo uma vida. O título, EU VI, demonstra a intenção do autor de se desnudar, sem pejo ou peias. Se não são imagens de sua rica vivência, seus poemas serão pelo menos instantâneos de vidas que tantas pessoas gostariam de ter vivido, imagens de sonhos entronizadas no nicho da mente de todo ser humano.
De permeio aos versos percebe-se uma rica cultura, sem afetação, espalhada em palavras que viajam livremente pela Europa, pelo interior brasileiro, pelas ruas e bairros do Rio de Janeiro, onde vive, lugares por onde passou. Recolheu e guardou na memória todos os bons e maus momentos, que fazem o tecido com que veste a sua poesia.
Iosif Landau, brasileiro naturalizado, é intrinsecamente carioca e brasileiro de alma e coração. Não esquece o seu torrão natal, a Romênia, mas deixa entrever em seus poemas o amor pela terra que adotou — e que o adotou. Sua vocação literária aflorou após os 70 anos e veio com força, amadurecida, como uma avalanche, em verso e prosa.
Tenho a honra de fazer o preâmbulo deste livro, embora com a certeza de que o livro não necessita, digamos, de prefácio. Estas linhas, portanto, não constituem um prefácio, que tem lá suas regras, talvez um pitada de crítica, a utilização de alguns termos próprios dos experts em literatura ou, quem sabe, a tentativa de enquadrar a poesia de Iosif em algum cânon específico, tão a gosto dos acadêmicos. São, e puramente isto, a oportunidade que tenho de dizer, em primeira mão e com certo grau de presunção, que este livro de Iosif Landau está pleno de lirismo que encanta, que fascina e nos leva a criar imagens em sonhos próprios.
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Em todo o correr dessas páginas, mostra-se com toda alma e corpo, encantado com a vida, apesar das crises e adversidades. Não há como ler a poesia de Iosif sem reconhecê-lo nos versos e não há, também, como não nos reconhecer nos momentos de intensa e cristalina exposição de alma. Já disse outro poeta brasileiro — e aqui repito: não há poema isento. Há é o homem, com suas virtudes e defeitos, a caminhar por esta senda existencial, cheia de sombras e percalços, mas também de muita luz, de maravilhosas portadas, onde experimentamos a fruição da vida. Por mais que o poeta queira se ausentar de sua vivência, não consegue. Não é o caso de Iosif Landau, que não tenta ausentar-se do poema. Ele o incorpora e consegue transferir para o leitor todos os sentimentos vividos (ou não). A expressividade do título, EU VI, mostra claramente que o autor não deseja camuflar a alma, nem escamotear sentimentos.
Seu estilo descritivo soa bem aos nossos ouvidos, seus versos têm o ritmo do coração e nos calam fundo. Como diz o próprio poeta, o conservadorismo, o rigor e o artesanato como o de Eliot, cansaram-no. A leitura de Kerouac levou-o aos poetas "malditos", apaixonando-se pelos seus textos, paixão consolidada pela ligação que tinham com uma das admirações do poeta, o jazz, de que é grande conhecedor. Se alguém encontrar semelhança de Iosif Landau com os poetas beat, não é mera coincidência, portanto. O motivo está evidente.
Percebe-se ainda, em seus poemas, um claro amor pela vida, em todas as suas significações e nuanças, embora lamente o envelhecimento, não porque tenha medo do curso natural da existência, mas pelas limitações que a velhice impõe ao corpo. A alma do poeta é jovem, condição claramente manifesta em sua poesia.
Escrever sobre o sentido essencial da poesia de Iosif Landau é tarefa acima de minhas forças. Apenas posso sentir — e sinto profundamente — o seu sentido. Gostaria que os leitores deixassem de lado minhas palavras e viajassem pelas páginas do livro e se embriagassem em seus versos, que falarão melhor do que quem escreve esse texto, que tem como principal galardão a felicidade de ser amigo do poeta. E amigo não fala tudo, com receio de cometer excessos. Vejam com os próprios olhos.

Fausto Rodrigues Valle
Goiânia – Goiás

esta introduçao merece uma bela imagem, Gigi, vou buscar...encontrei uma linda foto do mar, que voce tanto gosta, mas nao é o Brasil, é Israel..porém tenho certeza que se tivesse ido, là, teria gostado tambem deste mar...afinal de contas o mar è sempre maravilhoso.

lunedì 15 febbraio 2010

mais conversa fiada...


entao tudo bem'?aqui continua o inverno. mas nao quero mais falarde clima, ja chega, tenho que ter paciencia, coisa que voce sabe que nao tenho muita.


o que eu quero te dizer è que o mundo esta cada vez pior, nao acabam as guerras, obama esta me decepcionando, e nem me pergunta como vai aqui, na Italia! A situaçao é realmente terrivel, greves sem parar, manifestaçoes, brigas entre os politicos, que nao sabem bem o que quer dizer em verdade ser "politicos ", è quasi uma dictatura... e o racismo esta dando a cara outra vez, ou melhor, um racismo contra tudo que è, sao "diversos". Coitada da Italia, este lindo pais e lindas gentes, e as reclamaçoes de nada adiantam...infelizmente.


E, nos, pelo menos todas as pessoas que conheço, nos sentimos completamente impotentes, nao podemos fazer nada, somente ficar tristes e de mau humor.

Bom, para mudar de assunto acho que agora vou escolher algumas palavras de Silvana, de teu livro EU VI, e colocar aqui.
Dominique esta cada dia melhor, e sei que Lia esta muito bem cuidada e rodeada pelos teus filhos e netos. Isto è tudo que posso te contar hoje, e vou te mandar alguma imagem "digital" que eu fiz e Dominique disse que estou ficando muito boa em fazer estes trabalhos! fico bem contente ...
vou buscar a imagem, beijos infinitos

domenica 14 febbraio 2010

do livro ABELARDO e Outros CONTOS - Iosif Landau


Os Assassinos

olhos abertos,deitado,temto me acalmar.claridade azulada da sala, televisao acesa?abro a gaveta, procuro a 22, retiro a arma do coldre,no tambor seis balas,ligo as luzes, deixo a tlevisao acesa, revisto a cozinha, àrea de serviço, quarto da empregada, volto, me jogo no safà, na estante videos...Os Assassinos, Burt lancaster, Ava Gardner...enfio o video no slot, apresso as imagens...Conrad e seu companheiro emtram num quarto...imobilizo a imagem...aciono o comando, a fita continua...Burt deitado, è Ole Anderson..."I'm through with all that running around - looked at the wall- There ain't nothing to do now..."tiros,Ole estremece na cama, Max e Al saem...pagou os pecados, pobre Ole, amou a quem nao devia ter ... e eu tambem...quantas! èxtases, gozo com desejo, descaminho, embriaguez do espirito, obsessao?...eu te amo. eu te amo! grito...condenado, sim, condenado, nenhuma chance de continuar a existir...te amo, te amo!...um relampago, pureza anulada, o ludico afastado, chantagem de um sobre o outro, palavras de amor um luto...soçobro, calo, choro, Ole, the Swede, desistiu de correr. se esconder? eles te encontraram, eu tambem parei, sou um ser sem nenhuma inteligencia, nem cientifica, nem politica, nem pràtica, nem filosofica, nem moral,nem...um tolo...assumo pose de tristeza, confissao de solidao,, vago tormento,horizonte terminal...fiz o percurso, extenuei o sentido,mas ela, preciso isenta-la,o que fiz de errado?nada! seguiu o caminho do obvio,obliterou a a imbelicidade doespetaculo pequeno burgues,, o cerimonial religioso conjugal,entregou o corpo, cedeu,experimentou sensaçoes.. perversao amorosa?utopia do lirismo?...nao consigo afastar-me de ideias sombrias, de imagens de violencia, do obvio, do paradoxal..o ultraje, o lar conspurcado, o marido enganado,o codigo rompido...meu discurso so palavras, preciso cortar a raiz..ouço uma porta destrancar...- Max?Al?...- grito..."Thre ain't nothing to do now..."

Iosif escreveu - entre outra coisas- no prefacio do livro Abelardo e outros contos:"Leiam-me, me julguem, me joguem no lixo ou me guardem na estante!""

venerdì 12 febbraio 2010

outra conversa ...-foto Dominique Landau



e, sabe de uma coisa, acho que é muito comprido o trecho que pus ontem sobre o Paul Celan...ninguem le...
bem, nao faz mal ele era um grande homem e um enorme poeta.Assim que agora eu quero te dizer que so vou colocar pedaços...de algo teu ou / e eu vou falar contigo.
A primeira coisa, é que hoje amanheceu aqui , tudo, debaixo da neve!!! pobres de minhas plantas, mas quem sabe a neve as protege...e renascerao mais lindas ainda! enquanto a mim, voce pode imaginar que nao abro nem as janelas...brrrrrrrrrrrrrrrrr, e fico dentro de casa, que tambem é bastante fria. Enfim, vai passar este mes, e espero que chegue algo, um pouco pelo menos de , ja nao digo calor, mas de menos frio.
Parabens pela Lia, é o aniversario dela hoje!!!!!! vou chamar ela mais tarde para dar os parabens de viva voz porque se entendi bem , Lia nao usa o computer entao nao da para chamar por Skype.
Ela esta bem, rodeada dos filhos e netos. feliz ela, mesmo com voce longe, feliz, feliz, nao tanto sem voce..mas , quem sabe um pouco melhor que eu que estou como voce sabe, sozinha... quem sabe ja me acostumei...desenho, - ainda nao estou pintando. livros e blogs. Agora como ve tenho dois:) e muitos amigos e amigas virtuais que me fazem taaaanta companhia.Nem pergunto como voce esta, porque sei, que esta bem, continuando a nadar e protegido pelas aguas azuis dos mares que voce esta atravessando. nao tem neve nem vento nem frio onde voce esta! nao é assim, meu querido?
agora te deixo com uma enormidade de amor e beijos...
ate jà

giovedì 11 febbraio 2010

POR FALAR EM VICIOS - por Iosif Landau -2007

Não sou isento de vícios, como todos os humanos eu possuo alguns, graças a Deus, eu acredito que se exista algum des – viciado seria o rei dos chatos, um com um vicio qualquer às vezes já era, imaginem alguém sem vicio.
Não bebo, ulcera não deixa, mas sou fumante, cigarro meu amigo mais sincero,não jogo porque sou duro, no monney, não sou fanático em futebol, mas gosto de esporte, eita vício saudável, não sou viciado em vicio, mas já traguei baseado, nada de se espantar, ajuda combater o stress pacas, o meu maior vicio é tagarelar com a palavra escrita, na falada sou de um mutismo doentio, dá pra perceber, não dá?
Mas do vicio do consumismo sou isento, não faço compras sem propósito, se é pra ter um tênis novo entro na loja já com o produto escolhido na vitrine, pago e me mando. Certo? Errado! Primeiro teria que de antemão ter pesquisado, ou a pé ou pela internet a marca do momento e escolhido o fabricante deveria escolher o modelo e antes demais precisaria ter em mente pra que eu ia querer o tênis, pra passear, pra andar acelerado ou pra correr, se pra usar de noite ou de dia, se pra usar em ocasião especial ou usar dias a fio. Exagero? Negativo, o tênis é um must, quem quer estar como deve estar tem que usar tênis. Outro erro cometido: não perguntar o preço, mas isso a mim não me importa, se gostei pago, acho isso mais que normal, ou compra o que gosta, ou compra o mais barato.
O duro é fazer compra em loja de mulher, experimentei e me dei mal. Entrei numa na famosa rua de lojas chiques Garcia d´Avila, entrei tímido e inseguro, homem em loja de artigos femininos e olhado com certa reticência, se veio pra comprar presente pra mulher dele deve estar de consciência pesada, se não é pra ela é pra tal de outra, um sacana.
A vendedora eu imaginei ser a jovem, bela, elegante e gelada garota, devia ser ela,não tinha outra, me olhou com desdém, não se moveu, não sorriu, nada perguntou.Eu não sabia se ficava ou fugia, mas tudo bem, com passo firme e olhar macho a ela me dirigi: “bolsas, por favor”, ela se moveu eu a segui, me levou pra seção de bolsas e parou, ainda nada falara, seu olhar gelado me congelava, fingi escolher uma como se eu fosse um expert em bolsas de mulher, peguei uma ao leu, perguntei :”quanto?”, ”três!”, droga, três o quê, três reais? Lógico que não, trinta? Idem, aí eu seguro confirmei: “trezentos?”, a deusa de gelo me olhou com pena, sorriu só com o rosto, os olhos imóveis: “três mil senhor!”, deixei escapar:"caralho!", ela se afastou com elegância mesmo não possuindo bunda triunfante, uma chata da cabeça aos pés, permaneci parado que nem babaca, meu desafio foi acender um cigarro;” senhor, não pode fumar aqui dentro”, ouço o segurança resmungar, não dou a mínima, me encaminho pra saída espalhando fumaça.
E no caminho pra casa eu me perguntei de onde mulher tira tanto dinheiro pra comprar uma bolsa? Quem souber me responda, mas de uma coisa eu tinha certeza, entrar em loja de mulher never more!
fiz uma confusao, esta postagem é de hoje sabado 13 de fevereiro

Paul Celan- trecho do blog de Iosif Landau-2008


Me desculpem amigos se na vespera dos festejos natalinos enveredo pela estrada da tristeza, como judeu me sinto obrigado ao não "esquecimento" e vos aborreço com meus lamentos e por vezes postarei algo do trágico shoah.

Paul Celan, poeta judeo-alemão nascido em 1920 em Czernowitz (em romeno Cernauti, em ucraniano Tschernowzy), capital de Bukowina, cidade cosmopolita de predominância judaica e um dos centros culturais alemães, teve sua obra marcada pelo trauma da experiência da catástrofe, a Shoah.
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Ao longo da década de 50, foram escassos os estudos a respeito da Shoah e ainda muitos sobreviventes eram questionados "por que e como conseguiram sobreviver ao Holocausto". O resultado dessa desconfiança gerou o silêncio das vítimas, o que posteriormente passou a ser chamado de "síndrome da culpa por ter sobrevivido" survivor guilt".
A tendência a um silêncio diante da catástrofe foi realmente profunda, e uma das primeiras respostas foi elaborada por Paul Celan, ele mesmo sobrevivente da catástrofe, com o poema Todesfuge (Fuga da morte ou Morte em Fuga), considerada "a Guernica" da Literatura, publicada inicialmente em maio de 1947. Se a catástrofe representa uma ruptura e um divisor de águas na história da humanidade, a poesia de Celan representa uma ruptura na poesia.
Paul Celan começou a escrever poemas em 1938, aos 17 anos de idade, tendo escrito mais de 800 poemas ao longo de sua vida, até 1970, quando tirou a própria vida. Os poemas escritos por Celan no período de 1938 a 1944 são desconhecidos da maioria do público e nunca foram traduzidos. Foram publicados em duas obras. Alguns desses poemas foram escritos quando o autor estava faminto e exausto, ao ser explorado em trabalho forçado no campo às margens do Rio Prut, em 1942, e de 1943 a 1944, no campo de trabalho forçado de Tabaresti.
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O conhecimento do assassinato da morte dos pais do poeta representa uma ruptura tanto na vida dele como na composição de seus poemas.......
Nosso objetivo é proporcionar um debate a respeito da trajetória de vida, da obra e do contexto histórico do autor, .........................leitura e análise da obra de Celan......
........ da violência e barbárie nazista, da ameaça constante da morte, das humilhações, do assassinato em massa de judeus, e nesse contexto, da preservação por parte das vítimas do que os nazistas pretendiam destruir: os seres humanos, a memória, a cultura judaica em especial, e a cultura em geral, sendo esta também um "valor interno de sobrevivência" ........ para as vítimas.

Na contramão da tentativa de desumanização imposta pelo nazismo às suas vítimas, à banalização da morte e, na expressão de Hannah Arendt, da "banalização do mal", o autor busca com a poesia romper os grilhões da limitação das palavras para expressar "aquilo que aconteceu", expressar a catástrofe, a Shoah. E com a poesia, tentar sobreviver "àquilo que aconteceu".
Apresentação da vida e obra do poeta judeo-alemão Paul Celan, nascido Paul Antschel , é considerado o mais importante poeta de língua alemã do pós-guerra, embora nunca tenha vivido na Alemanha.........
Seus poemas são marcados pela barbárie nazista, o que lhe inspirou a não se render ao silêncio, pelo contrário, a utilizar a linguagem poética como uma metalinguagem crítica, sendo também por essa metalinguagem. Ao mesmo tempo em que Celan buscou memorializar as vítimas da catástrofe, ele conseguiu viver, ou sobreviver, pela poesia. Celan escreveu em língua alemã, a língua de sua mãe, a sua língua materna e também a língua dos assassinos nazista............
Paul Celan, filho único de pais judeus, nasceu a 23 de novembro de 1920 em Czernowitz, chamada de "a pequena Viena" pela efervescência cultural. Czernowitz era uma cidade multiétnica, tendo uma população que incluía poloneses, alemães, romenos, ucranianos, judeus, armênios, húngaros, eslovacos e russos. Czernowitz era a capital da região da Bukowina, atualmente o norte da região pertence à Ucrânia e o sul, à Romênia.
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A mãe de Celan provinha de Sadagora, um centro de hassidismo, e o avô materno fora um hassídico. A mãe ensinou a Celan alemão desde criança, inclusive poemas, e fez com que em casa fosse falado predominantemente alemão. Havia muita proximidade entre Celan e sua mãe, ao contrário de seu relacionamento mais distanciado com seu pai severo. O pai de Celan era judeo ortodoxo e tinha orientação sionista; ele fez com que Celan, aos seis anos, fosse para uma escola judaica, onde ele aprendeu hebraico
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Três anos depois, Celan mudou de escola, onde aprendeu romeno e passou a ter aulas particulares de hebraico, língua que deixou de estudar depois de fazer o Bar Mizwah em 1933, quando saiu da Liga da Juventude sionista "Davidia" (zionistischen Jugendbund) juntamente com outros jovens de orientação de esquerda, com os quais passou a publicar um jornal, "Estudantes Vermelhos" (Roter Schüler), onde escreviam artigos e traduziam textos marxistas. Em 1936, Celan arrecadou dinheiro para os republicanos espanhóis. Em 1935, ele participou de uma reunião da Juventude Antifascista. Celan abandonou a orientação comunista pouco tempo depois, em especial em decorrência da desilusão com o stalinismo,........
por causa do anti-semitismo de esquerda deste...........................
Ele manteve sempre uma simpatia pelo socialismo e anarquismo................
Em 1938, estudou medicina em Tours, na França, mas retornou no ano seguinte à sua cidade natal, onde então começou estudos de Romanística em Czernowitz. Além de alemão, íidish, hebraico e romeno, Celan também falava francês e chegou, posteriormente, a fazer traduções do russo, do inglês, do italiano, romeno, hebraico e até do português.
A barbárie nazista na Bukowina: humilhações, deportação, gueto e trabalho forçado, 1941-1944Com o Pacto de Não-Agressão entre Hitler e Stalin e a eclosão da Segunda Guerra Mundial em setembro de 1939, a Romênia foi obrigada a ceder o norte da Bukowina para a União Soviética. No ano seguinte, em junho de 1940, Czenorwitz foi ocupada por tropas russas. No entanto, a invasão da União Soviética pela Alemanha nazista em 22 de junho de 1941 mudou a configuração do conflito mundial e da política nazista, que buscava o máximo de expansão para o Oeste e, em especial, a aplicação do programa de "extermínio" dos judeus, ou seja, a aplicação da famigerada "Solução Final da Questão Judaica" ....... que a partir daí se tornou sistemática e em dimensões industriais.................................
Os judeus considerados como "economicamente importantes" também foram utilizados em trabalhos forçados, como o caso de Paul Celan, quem foi convocado a exercer trabalho forçado e levado a um campo às margens do rio Pruth, tendo que carregar destroços de um lado ao outro da ponte do rio Pruth e limpar os escombros da agência de correios, que fora atingida, e depois, recolher livros russos e destruí-los. Mesmo exausto, faminto e com roupas inadequadas, Celan continuou escrevendo poemas, agora cheios de aflição e sentimentos de uma morte próxima......

Quando outra onda de deportações ocorreu em junho de 1942,........
(Em Cernauti ) Celan quis se esconder, mas seus pais se recusaram. A amiga de Celan, Ruth Lackner Kraft, ofereceu-lhe esconderijo em uma fábrica de cosméticos, Celan prometera aos pais que também os esconderia aí.
............ .......diante da recusa dos pais, que não poderiam imaginar a dimensão da barbárie, Celan decidiu se esconder naquela noite de 27 de junho de 1942 (ou na fábrica, ou com duas amigas perto do arame farpado que segregava o gueto). Ao retornar na manhã seguinte para casa, esta estava vazia. Seus pais haviam "desaparecido". Nunca mais Celan voltaria a ver os pais.
Trabalho forçado no campo de Tabaresti e conhecimento da morte dos pais.
Quase um mês depois da deportação de seus pais em junho de 1942, as autoridades romenas exigem do Judenrat ("Conselho Judaico" do gueto) que judeus se apresentem para o batalhão de trabalho, dentre os quais Celan, que é levado para o campo de Tabaresti, um campo romeno de trabalho forçado ........... sob administração conjunta do Exército romeno e de alemães da Organização Todt.
No campo de Tabaresti, Celan onde exerceu trabalho forçado de julho de 1942 a aproximadamente fevereiro de 1944.........
Num dia de inverno extremamente gélido, no final de 1942 ou início de 1943, em Tabaresti, Celan soube, por um parente que conseguira escapar da Transnistria, que sua mãe fora assassinada por nazistas com um tiro no campo Michajlovca, por ser considerada "inapta" ao trabalho. Sob o impacto dessa notícia, ele escreveu, no campo de Tabaresti, o poema "Inverno".
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INVERNO
Cai agora, mãe, neve na Ucrânia:
Da coroa do Salvador feita com milhares de grãos de tormento.
De minhas lágrimas aqui, nenhuma chega até ti.
De antigos acenos somente uma orgulhosa mudez...
Nós já estamos morrendo: o que você não dorme, barraca?
Também este vento gira como um afugentador...
São eles, que sentem frio na escória, de fato -as b a n d e i r a s-corações e os braços-l u z e s?
Eu permaneci o mesmo nas trevas:salva-se a tília e se desnuda a severidade?
Das minhas estrelas que tanto doem quanto rasgamas cordas de uma muito alta harpa...
Nisso urge às vezes uma hora de rosas.Extinta... Uma. Sempre uma...
O que seria, mãe: crescimento ou ferida -submergirei também eu nas dores da neve da Ucrânia?
NOTA : dados retirados de http://www.rumoatolerancia.fflch.usp.br/taxonomy/term/12

mercoledì 10 febbraio 2010

sobre D.Quixote - escrito por Iosif Landau

"Todas as coisas humanas têm dois aspectos... para dizer a verdade todo este mundo não é senão uma sombra e uma aparência; mas esta grande e interminável comédia não pode representar-se de um outro modo. Tudo na vida é tão obscuro, tão diverso, tão oposto, que não podemos nos assegurar de nenhuma verdade."Erasmo – Elogio da Loucura, 1509
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Dom Quixote, quem já não pronunciou esse nome? Quantos leram a obra de Cervantes? Poucos ou muito poucos ou mesmo ninguém que eu conheça, eu não li,1000 paginas de leitura quem agüenta? Entanto basta mencionar Quixote e os moinhos de vento que isso já nos faz pensar, louco? sábio? idealista? herói? cavalheiro? cavaleiro? palhaço? idiota?idealista? sano ou insano? puro?bobo?e cada a sua maneira interpreta e conclui, mas garanto que todos mesmo o achando um idiota o admiram e nele todos se vêem um pouco.Dom Quixote de La Mancha, a maravilha literária de Cervantes, narrado na mais fina prosa castelhana, 126 capítulos de sabedoria, amizade, enternecimento, encantamentos, loucuras e divertimento, divididos em duas partes: a primeira surgida em 1605 e a outra em 1615. Monumento que Cervantes começou a erguer com pena e tinta, "no silêncio do esquecimento", encarcerado em Sevilha, em 1602, por mesquinharias. Obra que mais de 100 críticos literários, vindos de todas as partes, recentemente reunidos, indicaram como o melhor livro do mundo. extraordinário. Enquanto isso, numa desconhecida aldeia da Mancha, o corpo do velho fidalgo maluco recebia as exéquias. Não se enganem, não o enterraram não. Basta a qualquer leitor abrir a primeira página do Dom Quixote para ver que, erguendo a espada, o soberbo doido está ali vivíssimo, pronto para sair a assombrar o gigante Briareu e pôr a correr as injustiças
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O ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha), livro escrito por Miguel de Cervantes y Saavedra é composto por 126 capítulos de sabedoria, amizade, enternecimento, encantamentos, loucuras e divertimento, divididos em duas partes: a primeira surgida em 1605 e a outra em 1615.. Ao escrevê-lo, Cervantes se propunha ridicularizar os livros de cavalaria, que gozavam de imensa popularidade na época.
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O personagem principal da obra é um pequeno fidalgo castelhano que perdeu a razão pela leitura assídua dos romances de cavalaria e pretende imitar seus heróis prediletos. Envolve-se em uma série de aventuras, mas suas fantasias são sempre desmentidas pela dura realidade. O verdadeiro nome do pobre fidalgo é Alonso Quijano (Quixano), chamado pelos vizinhos de o Bom. Já de certa idade, entrega-se à leitura desses romances e sua loucura começa quando toma por realidades históricas indiscutíveis as façanhas dos personagens dos livros, as quais comenta com os amigos, o cura e o barbeiro do lugar. Quijano investe-se dos ideais cavalheirescos de amor, de paz e de justiça, e prepara-se para sair pelo mundo, em luta por tais valores e por viver o seu próprio romance de cavalaria.
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Se anteriormente, a ironia era, sobretudo, uma expressão amarga da impossibilidade de dar realidade a um ideal, com a segunda parte nasce muito mais da confrontação das formas da imaginação com as da realidade. Dom Quixote e Sancho Pançona representam valores distintos, embora sejam participantes do mesmo mundo. É importante compreender a visão irónica que o romancista tem do mundo moderno, o fundo de alegria que está por detrás da visão melancólica e a busca do absoluto. São mundos completamente diferentes.
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O contemporâneos da obra não a levaram tão a sério como as gerações posteriores.
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O herói grotesco de um dos livros mais cómicos tornou-se no trágico herói da tristeza. Contudo, apesar de alguma distorção, a novela de Cervantes começou então a revelar a sua profundidade. Na história da novela moderna, o papel de Dom Quixote é reconhecido como seminal. A evidência disso pode ser vista em Daniel Defoe, em Henry Fielding, em Tobias Smollett e Laurence Sterne e, também, em personagens criadas por alguns romancistas clássicos do século XIX, como é o caso de Walter Scott, de Charles Dickens, de Gustave Flaubert, de Benito Pérez Galdós, de Herman Melville e de Fiódor Dostoiévski. O mesmo acontece no caso de alguns autores pós-realistas do século XX, como James Joyce e Jorge Luis Borges. Dom Quixote provou ser uma notável fonte de inspiração para os criadores em outros campos artísticos.
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Miguel de Cervantes y Saavedra (1547-1616), a partir de 1602,foi considerado como a melhor obra de ficção de todos os tempos.
Aventuras e desassossegos de toda a ordem é o que não lhe faltaram pelas andanças pelo ermos de Castela. Além de fantasiar uma dama só sua, uma pobre camponesa que ele chamou de Dulcinéia del Tomboso, teve a felicidade de encontrar um homem da sua aldeia, o gorducho Sancho Pança, um lavrador, logo promovido a escudeiro, e que, entre outras coisas, tentou inutilmente inculcar em Dom Quixote algum princípio de realidade que fosse. Sim, porque o nosso cavaleiro vivia oscilando em perpetrar as loucuras desaforadas de Roldão ou mergulhar nas melancolias de Amadis, seus modelos. De longe ou de perto, o contraste espantoso entre o Cavaleiro da Triste Figura, como Dom Quixote mesmo se chamou, magro e alto, e o seu valet, o pequenino e roliço Sancho, montando em seu burrico, incendiou a imaginação de todos. Maldizia o tempo todo a época que lhe coubera viver. A pólvora e o chumbo, discursou ele, liquidaram com os cavaleiros. Um disparo de longe, arte de um covarde, destroçava a vida de um bravo.
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Certa vez, em pleno campo, encontrando uma fila de bandidos atados, conduzidos por alguns policiais, resolveu espantar a lei. Engalfinhou-se com os guardas que fugiram espavoridos dos espadaços daquele doido. Soltos, os foras-da-lei, além de surripiarem-lhe os pertences, aplicaram-lhe uma sova de dar dó. Comentário de Dom Quixote: “aos cavaleiros andantes não pertence averiguar se os afligidos, acorrentados e opressos...vão pelas estradas por suas culpas, ou por serem desgraçados... só lhe cabia ajudá-los como necessitados”. Nem na dor das imerecidas porretadas ele se emendava!Afinal quem era Quixote?Era Dom Quixote maluco, e, se era, de que doença mental padecia? A pergunta se justifica. Cervantes era filho de médico e sem dúvida familiarizado com enfermidades. Thomas Sydenham, médico do século XVII conhecido como o Hipócrates inglês, dizia que Dom Quixote era um grande tratado médico, e de fato não são poucas as doenças ali mencionadas: sífilis, lepra, problemas intestinais. ele tinha também ataques de fúria, que resultariam da bile amarela (na linguagem de hoje, seria um bipolar). No século XVIII um novo termo será empregado: monomania, caracterizada por idéias obsessivas e fantasiosas.
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no começo do século XX, Quixote era diagnosticado como portador de paranóia crônica, ou seja, mania de perseguição, mas com um componente de megalomania. delírios. Eram tantos os diagnósticos, que surgiram os "cervantistas", médicos que estudavam o Cavaleiro da Triste Figura.A eles juntaram-se, no início do século XX, os psicanalistas. Freud era um grande admirador de Cervantes e chegou a aprender espanhol para ler a obra. Fascinavam-no sobretudo os diálogos entre Quixote e Sancho, entre a fantasia e a realidade. Naquele momento de sua vida Freud estava empenhado na tarefa - em certa medida quixotesca - de consolidar a psicanálise como terapêutica e como corrente de pensamento. A obra de Cervantes é um desafio para a psicanálise. O paradigma que Dom Quixote representa continua bem vivo. Todo utópico é um quixotesco. Em que medida isto é elogio, em que medida é diagnóstico, continua sendo discutido.O herói grotesco de um dos livros mais cómicos tornou-se no trágico herói da tristeza.E eu com isso?Por que tanta admiração e paixão por um louco, por um ser considerado uma piada? Há nessa vida a tendencia a chacota, quem já não ouviu: ele é um sujeito! Dito com ar pouca admiração e muito deboche, bom sujeito é o bobo,não tem malícia, ou então ele é muito quixotesco, e quem fala nada sabe do trágico cavalheiro, caçador de moinhos, tudo é piada e por que isso? Ignorância e instintiva reação a ação genuina e honesta, ideologia ssuperada pela canhalice.E daí? E daí que me orgulho ter lutao contra moinhos(monstros do comportamento humano) ter vivido da ilusão do bom e do belo, sou Quixote derrotado com muito orgulho, enganado, surrado, e perto da morte me orgulho assim ter vivido, minha vida já foi escrita por Cervantes

lunedì 8 febbraio 2010

oi, meu querido


viu como Paula e minha nova amiga , que voce nao conhece e que colocou o nome de Memoria de Elefante, ( entendo ela, eu tambem gosto tanto, tanto dos elefantes !), gostam de se juntar a qui com a gente! acho tao bom...

sabe agora me lembrei , sim , ja sei que voce vai dizer, que é outra conversa fiada, nao faz mal, voce sabe que eu sou assim e que alem do mais falo muitoooo, entao eu te dizia que me lembro que um dos teus personagens preferidos, admirados, é D. Quixote!! acho que voce se indentifica com ele..., - eu acho que voce tem muito dele...
enquanto a mim, prefiro ele que ao Bukowsky, que voce tanto gosta ( e me desculpe, mas as vezes voce supera ele em..posso dizer? em pornografia!!! prefiro os outros escritores que voce admira, e ai, eu tambem, Malraux, Hemingway, Kerouac, Ginsberg, Albert Camus,Paul Auster, enfim aqueles todos que voce menciona no teu blog. E falando de identificaçao, voce se lembra que eu ,criança, -talvez nao tanto...- queria ser Joana D'Arc!!??? que coisa...mas quem sabe somos um pouco ...mas tambem me lembro , da ultima vez que nos vimos, que voce començou a "admirar" os palhaços!!! voce esta é "doidinho"...me faz rir, ainda bem, prefiro rir com voce e de voce, que brigar, zangar ou chorar...como agora de saudades...
chega.

vou buscar uma imagem de D.Quixote...meu querido, e ate ja com os beijos de sempre

conversa fiada :)


bom dia, irmao querido e mesmo se longe, cada dia mais perto...e agora vou te escrever , Eu, afinal de contas este blog se chama "conversa entre irmaos"..ou serà,
sim, acho, que sim, " conversa fiada" :)
nao tenho grande coisa para te contar, mas vou te dizer que estou bem, recuperando pouco a pouco, digamos, meus dedos...quero dizer, estou desenhando, outra vez. Quem sabe quando vou començar a pintar. Minha mao , melhor, meu dedo, aquele que pinta sem parar faz mais de 50 anos, esta um pouco cansado. Doi. Logico, é velho :))). mas nao se preocupe, vou conseguir.
Acredito que voce deu uma olhada no meu blog Parole, e como sempre deve ter gostado, mas voce é tao laconico, que ja sei que nao comenta nada , so me manda como sempre um beijo. E isto ja é muito!!! Obrigada
Vou levando a vida, esta vida que ja esta començando a me pesar...mas nao desisto, nao.
Vai esta tudo melhor quando aparecer outra vez um lindo sol e muito calor, mesmo se aqui, muito calor, nunca tem...mas algo é ja muito para mim, depois deste inverno da Europa que detesto. E dizem que Roma ( bem estou perto de Roma, mas enfim...) tem o melhor clima da Europa. grande mentira. Mas é culpa do ser "dizquehumano" se o clima esta "apodrecido"!!!
muda, muda, cada dia...em pior. Espero que algum genio das ciencias, encontre algo para salvar esta terra e o clima, melhore e nao piore!
acho que por hoje ja te contei algo. nao mto interessante, mas pelo menos te disse algumas palavras
Tudo bem com voce, tenho certeza e aqui te deixo mil beijos! vou te mandar outra flor eu sei que voce gosta de flores. Esta foi uma linda foto de Dominique!

sabato 6 febbraio 2010

Tres Vidas - Iosif Landau- 31 de outubro 2008


Copacabana 1947

Colégio Reading Inglaterra 1939

Mar Negro Romênia 1926


Três vidas, três lares, três países, o mesmo homen três compartimentos, três linguas, três lembranças, um continente, uma ilha, outro continente, memória em três etapas, um amor em cada pedaço, climas invertidos, 40 graus abaixo de zero, 40 graus acima, frio e calor rachando o coração, congelando a alma, cosinhando sentimentos, o primeiro beijo na Romênia, os primeiros seios na Inglaterra, o primeiro sexo no Rio de Janeiro,...... fantasias em três idiomas, herdeiro de grande fortuna na origem, principe magnifico na Inglaterra, falência e luta nos tropicos, super protejido e inocente em Bucareste, playboy na Britânia, engenheiro e escravo do trabalho no Brasil verde amarelo, caminhos percoridos nas florestas seculares dos Carpátos o azul Danúbio, campos floridos deslumbrantes a beira do Tamisa, Amazônia infinita e misteriosa, rios caudalosos o Negro, o Araguaia, o Tocantins, do Mar Negro e o negro caviar, ao Mar do Canal da Mancha e pastelão de carne inglês, camarão e lagosta do Atlântico numa costa de 3000 quilometros, hora dos camponeses e violinos dos ciganos na Europa do Leste, jazz e dança de salão na Iha sede do Império onde o sol nunca se punha, samba e carnaval no continente tropical, mulheres rosadas com seios leitosos dos campos da Dacia, ruivas sardentas e dentuças saxonicas ......, mulheres cor do pecado e bundas monumentais devoradoras de homens e boas de cama aqui na tropicalia, tudo misturado e embaralhado num homem de três partes, num dia de céu cinzento cai num poço de saudades, num mar com ondas de angustia, com carência de assuntos inacabados, onde estão seus amigos de infância? conseguiram a velhice ou morreram no fogo de Walhala ao som do Wagner, e os do solo inglês afundaram no Atlântico, morreram em Tobruk ou na invasão da Normandia? os daqui que conheceu aos 17 anos todos já se foram, ele está sosinho, duas partes dele já enterradas no nevoeiro do tempo, a terceira parte ainda se debate na maresia, olha pra mulheres as deseja, tiraram - lhe a escada ........ por ter abusado, o sol, o mar e o céu o ajudam a ser e não mais estar, aqui jaz o ultimo judeu errante de uma linhagem de quase 6000 mil anos, já deixou por escrito, deve ser cremado e as cinzas num dia de ventania serem jogadas em cima do oceano, oh misericórdia, levem cinzas até o berço de onde veio, cinzas sobre o colégio aristocrático inexistente, cinzas pra cama da morena mais safada de Copacabana, só cinzas e mais nada.


hoje somente umas flores do meu balcao, para voce...mas com muito amor

lunedì 1 febbraio 2010

Pedras - 5 de fevereiro 2009


o que faz a gente escrever poemas
ou outros tipos ou maneiras
de juntar palavras e pensamentos
criar imagens com ou sem sentido
como meu amor é infinito
ou minha mente é um deserto
ou seus olhos são dois lagos fundos

mas isso é coisa de infantil inocência
no fundo da garrafa de cachaça
o poeta é um afogado em dor e mágoa
e se escreve o que sente
ele tenta se salvar do desespero
não quer ajuda nem pede socorro
mergulha na solidão e no calor do inferno
e o peso de tudo que o cerca
aponta na direção da sua nuca
facas estiletes lança pontuda
e se pensarmos bem somos todos poetas
e andamos por aí
nossas mentes esquecidas nas esquina
se batemos com punhos nosso peito
cerimonial darwiniano
e temos que recitar os poemas aos animais
com cuidado como melodias ou sinfonias
e se no meio da bicharada aparecer um humano
de olho vazado, perna cortada, e braço amputado
não parem o recital
vivemos há milênios
com mães pingando dos seios sangue e leite
e os poemas nada mais são que pedras nos cemitérios