"Todas as coisas humanas têm dois aspectos... para dizer a verdade todo este mundo não é senão uma sombra e uma aparência; mas esta grande e interminável comédia não pode representar-se de um outro modo. Tudo na vida é tão obscuro, tão diverso, tão oposto, que não podemos nos assegurar de nenhuma verdade."Erasmo – Elogio da Loucura, 1509
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Dom Quixote, quem já não pronunciou esse nome? Quantos leram a obra de Cervantes? Poucos ou muito poucos ou mesmo ninguém que eu conheça, eu não li,1000 paginas de leitura quem agüenta? Entanto basta mencionar Quixote e os moinhos de vento que isso já nos faz pensar, louco? sábio? idealista? herói? cavalheiro? cavaleiro? palhaço? idiota?idealista? sano ou insano? puro?bobo?e cada a sua maneira interpreta e conclui, mas garanto que todos mesmo o achando um idiota o admiram e nele todos se vêem um pouco.Dom Quixote de La Mancha, a maravilha literária de Cervantes, narrado na mais fina prosa castelhana, 126 capítulos de sabedoria, amizade, enternecimento, encantamentos, loucuras e divertimento, divididos em duas partes: a primeira surgida em 1605 e a outra em 1615. Monumento que Cervantes começou a erguer com pena e tinta, "no silêncio do esquecimento", encarcerado em Sevilha, em 1602, por mesquinharias. Obra que mais de 100 críticos literários, vindos de todas as partes, recentemente reunidos, indicaram como o melhor livro do mundo. extraordinário. Enquanto isso, numa desconhecida aldeia da Mancha, o corpo do velho fidalgo maluco recebia as exéquias. Não se enganem, não o enterraram não. Basta a qualquer leitor abrir a primeira página do Dom Quixote para ver que, erguendo a espada, o soberbo doido está ali vivíssimo, pronto para sair a assombrar o gigante Briareu e pôr a correr as injustiças
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O ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha), livro escrito por Miguel de Cervantes y Saavedra é composto por 126 capítulos de sabedoria, amizade, enternecimento, encantamentos, loucuras e divertimento, divididos em duas partes: a primeira surgida em 1605 e a outra em 1615.. Ao escrevê-lo, Cervantes se propunha ridicularizar os livros de cavalaria, que gozavam de imensa popularidade na época.
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O personagem principal da obra é um pequeno fidalgo castelhano que perdeu a razão pela leitura assídua dos romances de cavalaria e pretende imitar seus heróis prediletos. Envolve-se em uma série de aventuras, mas suas fantasias são sempre desmentidas pela dura realidade. O verdadeiro nome do pobre fidalgo é Alonso Quijano (Quixano), chamado pelos vizinhos de o Bom. Já de certa idade, entrega-se à leitura desses romances e sua loucura começa quando toma por realidades históricas indiscutíveis as façanhas dos personagens dos livros, as quais comenta com os amigos, o cura e o barbeiro do lugar. Quijano investe-se dos ideais cavalheirescos de amor, de paz e de justiça, e prepara-se para sair pelo mundo, em luta por tais valores e por viver o seu próprio romance de cavalaria.
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Se anteriormente, a ironia era, sobretudo, uma expressão amarga da impossibilidade de dar realidade a um ideal, com a segunda parte nasce muito mais da confrontação das formas da imaginação com as da realidade. Dom Quixote e Sancho Pançona representam valores distintos, embora sejam participantes do mesmo mundo. É importante compreender a visão irónica que o romancista tem do mundo moderno, o fundo de alegria que está por detrás da visão melancólica e a busca do absoluto. São mundos completamente diferentes.
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O contemporâneos da obra não a levaram tão a sério como as gerações posteriores.
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O herói grotesco de um dos livros mais cómicos tornou-se no trágico herói da tristeza. Contudo, apesar de alguma distorção, a novela de Cervantes começou então a revelar a sua profundidade. Na história da novela moderna, o papel de Dom Quixote é reconhecido como seminal. A evidência disso pode ser vista em Daniel Defoe, em Henry Fielding, em Tobias Smollett e Laurence Sterne e, também, em personagens criadas por alguns romancistas clássicos do século XIX, como é o caso de Walter Scott, de Charles Dickens, de Gustave Flaubert, de Benito Pérez Galdós, de Herman Melville e de Fiódor Dostoiévski. O mesmo acontece no caso de alguns autores pós-realistas do século XX, como James Joyce e Jorge Luis Borges. Dom Quixote provou ser uma notável fonte de inspiração para os criadores em outros campos artísticos.
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Miguel de Cervantes y Saavedra (1547-1616), a partir de 1602,foi considerado como a melhor obra de ficção de todos os tempos.
Aventuras e desassossegos de toda a ordem é o que não lhe faltaram pelas andanças pelo ermos de Castela. Além de fantasiar uma dama só sua, uma pobre camponesa que ele chamou de Dulcinéia del Tomboso, teve a felicidade de encontrar um homem da sua aldeia, o gorducho Sancho Pança, um lavrador, logo promovido a escudeiro, e que, entre outras coisas, tentou inutilmente inculcar em Dom Quixote algum princípio de realidade que fosse. Sim, porque o nosso cavaleiro vivia oscilando em perpetrar as loucuras desaforadas de Roldão ou mergulhar nas melancolias de Amadis, seus modelos. De longe ou de perto, o contraste espantoso entre o Cavaleiro da Triste Figura, como Dom Quixote mesmo se chamou, magro e alto, e o seu valet, o pequenino e roliço Sancho, montando em seu burrico, incendiou a imaginação de todos. Maldizia o tempo todo a época que lhe coubera viver. A pólvora e o chumbo, discursou ele, liquidaram com os cavaleiros. Um disparo de longe, arte de um covarde, destroçava a vida de um bravo.
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Certa vez, em pleno campo, encontrando uma fila de bandidos atados, conduzidos por alguns policiais, resolveu espantar a lei. Engalfinhou-se com os guardas que fugiram espavoridos dos espadaços daquele doido. Soltos, os foras-da-lei, além de surripiarem-lhe os pertences, aplicaram-lhe uma sova de dar dó. Comentário de Dom Quixote: “aos cavaleiros andantes não pertence averiguar se os afligidos, acorrentados e opressos...vão pelas estradas por suas culpas, ou por serem desgraçados... só lhe cabia ajudá-los como necessitados”. Nem na dor das imerecidas porretadas ele se emendava!Afinal quem era Quixote?Era Dom Quixote maluco, e, se era, de que doença mental padecia? A pergunta se justifica. Cervantes era filho de médico e sem dúvida familiarizado com enfermidades. Thomas Sydenham, médico do século XVII conhecido como o Hipócrates inglês, dizia que Dom Quixote era um grande tratado médico, e de fato não são poucas as doenças ali mencionadas: sífilis, lepra, problemas intestinais. ele tinha também ataques de fúria, que resultariam da bile amarela (na linguagem de hoje, seria um bipolar). No século XVIII um novo termo será empregado: monomania, caracterizada por idéias obsessivas e fantasiosas.
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no começo do século XX, Quixote era diagnosticado como portador de paranóia crônica, ou seja, mania de perseguição, mas com um componente de megalomania. delírios. Eram tantos os diagnósticos, que surgiram os "cervantistas", médicos que estudavam o Cavaleiro da Triste Figura.A eles juntaram-se, no início do século XX, os psicanalistas. Freud era um grande admirador de Cervantes e chegou a aprender espanhol para ler a obra. Fascinavam-no sobretudo os diálogos entre Quixote e Sancho, entre a fantasia e a realidade. Naquele momento de sua vida Freud estava empenhado na tarefa - em certa medida quixotesca - de consolidar a psicanálise como terapêutica e como corrente de pensamento. A obra de Cervantes é um desafio para a psicanálise. O paradigma que Dom Quixote representa continua bem vivo. Todo utópico é um quixotesco. Em que medida isto é elogio, em que medida é diagnóstico, continua sendo discutido.O herói grotesco de um dos livros mais cómicos tornou-se no trágico herói da tristeza.E eu com isso?Por que tanta admiração e paixão por um louco, por um ser considerado uma piada? Há nessa vida a tendencia a chacota, quem já não ouviu: ele é um sujeito! Dito com ar pouca admiração e muito deboche, bom sujeito é o bobo,não tem malícia, ou então ele é muito quixotesco, e quem fala nada sabe do trágico cavalheiro, caçador de moinhos, tudo é piada e por que isso? Ignorância e instintiva reação a ação genuina e honesta, ideologia ssuperada pela canhalice.E daí? E daí que me orgulho ter lutao contra moinhos(monstros do comportamento humano) ter vivido da ilusão do bom e do belo, sou Quixote derrotado com muito orgulho, enganado, surrado, e perto da morte me orgulho assim ter vivido, minha vida já foi escrita por Cervantes
mercoledì 10 febbraio 2010
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Gostei de teres postado, pois um de meus irmãos também é "apaixonado pela história e tudo o que significa Dom Quixote...te entendo perfeitamente, myra!
RispondiEliminaMas tudo utilizado para lançar a carga por terra, ao ressaltar muito sutilmente as diferenças substanciais entre as delícias do sonho e a aspereza da realidade.
Um beijo
voce é muito solidaria, obrigada...e muitos beijos meu irmao fica mto contente com tuas palavras...que bom que um dos teus irmaos tbem è apaixonado pela personagem D.Quixotiana...meu irmao se identifica totalmente, como voce viu, com este...
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