BRAVATA
corro risco constante
corro risco constante
no absurdo cotidiano,
desço na escala sociale viro pé-de-chinelo,
pulo de cabeça,
penso à beça,
pra que serve cueca?
pra que serve gravata?
muito menos bravata,
tiro tudo dos bolsos,
trocados, cigarros e palito mastigado,
vai tudo pra usina de lixo no Caju
pra ser reciclado em tutu,
chega de correr pro batente num bus urbano lotado
de coxas apertadas e sovacos fedorentos,
que levem tudo que possuo,
seja lá o que for, não pago mais nada,
imposto, cartão, interurbano,desapareço,
reapareço na Prado Júnior,
e levo um lero-lero legal com travesti-michê
e mulher-dama gasta naquelas partes,
caminho triunfante
pro diabo que me carregue,
pela trilha da eterna liberdade
onde tragar baseado é remédio, remediado está,
e assim que o calor voltar
embarco na Cantareira no brabo mar,
embarco na Cantareira no brabo mar,
aporto em Niterói, de lá meu Rio de Janeiro
é mais belo,
não sinto mau cheiro,
nem ouço tiroteio,
nem vejo menino mendigar
com mais nada me importar
desmonto do baixo astral
bye, bye que o fim acaba de começar.
Como seu irmão tem uma leitura poética da realidade! Maravilhoso!
RispondiEliminaBeijos e saudades!
Ele maravilhosamente escreve de tudo, traz a realidade nua e crua entrelaçada com a imaginação, com uma visão poética.
RispondiEliminabeijo
sim Juliana, é assim mesmo...beijos de nos dois, e para voce, minha querida Paula, que conhece ele, sabe como escreve e descreve tao bem sentimentos, fatos, etc...tantos obrigada e beijos tbem dele,
RispondiEliminaComo sempre brinda-nos com mais um texto se teu irmão onde se mescla a imaginação com a realidade que nos leva a viajar...
RispondiEliminaMuito bom!
Um beijo