
num passeio dominical na Floresta da Tijuca,
respirando ar puro clorofilado passarinhado,
deparei-me com a mais bela das belas donzelas
em jogging listrado, apertado por todas as partes,
mas coisa estranha, na cintura portava arma pesada,
ofereci-lhe a mão, segurou meu braço inteiro,
senti de repente, mais que de repente,
que ela não tencionava me molestar,
mas o objeto inoportuno, preso em sua cintura, quebrou o clima,
falei em voz pequena — afaste-se, minha flor de maracujá,
respondeu-me — nem pensar, caro senhor, tão alinhado,
falei de novo — mas, fofa, não dá para continuar ao teu lado,
do canto da boca suspirou — te imploro, não me abandona,
será o nosso segredo, juntos viveremos para sempre, por ora,
nem bem terminou de soprar a palavra final,
no sentido oposto aparece, correndo, um sujeito mal-encarado,
aponta o dedo, manda a bela menina me largar,
ao mesmo tempo em que ela abandona meu braço,
saca a arma engatilhada, mais rápida que Billy Kid, e atira,
o coitado, agora com cara de anjo, tomba,
e antes do último suspiro fala
— caro senhor, desculpe-me pelo transtorno,
é assim que ela gosta de brincar.