a Campainha me Assusta - Iosif Landau - Foto Dominique Landau

a campainha me assusta,
fim de tarde sonolento,
arrasto o corpo cansado
minha alma falecida nas costas,
abro a porta:
– passei pra te dizer – ela fala sem me olhar,
– que nunca te amei –
me jogo na poltrona, amor?
na minha idade amor nem o pago,
a conheci tomando cachaça,esfomeada
a levei pra minha casa,
encheu a pança magra,
passou a noite ao meu lado,
esforçou – se pra me agradar,
virei – me pro lado,
de manhã saiu e nunca voltou,
a vejo no espelho, nem bonita nem feia,
esguia, sensual, jovem para mim,
me olha nos meus olhos,
se aproxima,me puxa pelo braço,
não resisto, esperança, sonho, realidade?,
a abraço, passo a mão pelo pescoço,
costas, braços, acaricio suas mãos,
– chega!,– fala, se afasta,
melhor, não preciso de mais um fracasso,
– vou embora!–,
a levo até a porta e antes de partir se vira:
– quero um presente, um par de sapatos
saltos agulha, os quero pretos, reluzentes –
vou à janela, a vejo caminhar até a esquina,
parece satisfeita, o corpo silhueta perfeita,
flechas cansadas do sol escapam das nuvens,
me afasto da janela, puxa as cortinas,
levo meu corpo cansado pra poltrona,
minha alma falecida ela a levou com ela.

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eu achei este campo de flores de lavanda

muito lindo assim voce poderia dar para

esta moça algumas flores...o perfume

é muito gostoso!e para despedida seria

perfeito:) em vez dos sapatos que ela queria:))