sabato 16 gennaio 2010
mais um pedaço de Memorias Tumultuadas
A História nunca se repete
no tempo e no espaço,
mas morte, dor, desgraça
não dão descanso.
Marcam-nos com ferro em brasa,
gado para o abate.
Em agosto de 1939 estávamos em Aix les Bains,
Hitler já fazia das suas.
A França decretou a Mobilisation Generale, a
eminência da guerra prevista. A debandada foi
geral, da noite para o dia a cidade esvaziou-se, a
família viajou num trem superlotado até Paris.
Reunida no Hotel Scribe, tomou decisões, eu
voltaria para o school, o resto para Bucareste. A
confiança na linha Maginot era um fato
indiscutível, intransponível.
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Apesar de sermos judeus e a Romênia já estar
dominada pelo partido nazista local -- a Guarda de
Ferro - meu pai acreditava que os
alemães seriam derrotados .
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Em setembro a Polônia
foi invadida, a guerra declarada. Eu no english
school, a família em Bucareste.
Avisado por um amigo influente, que no dia
seguinte haveria caça aos judeus de posse, à
semelhança do acontecido em a Noite dos Cristais,
de Berlim, meu pai, minha mãe e minha irmã
abandonaram de imediato Bucareste, deixando para
trás, tudo, absolutamente tudo, roupas,
apartamento mobiliado, fábrica, loja, parentes e
fugiram com a roupa do corpo. Novamente em Paris.
À medida que os alemães avançavam, a família
descia, acabou em Biarritz e, de lá, em Lisboa, o
que só foi possível com muita propina, abençoado
dinheiro, no fim, o Rio de Janeiro.
Eu estava ainda matriculado no school.
Fizera o exame para ingressar
numa faculdade de Oxford e viajava com freqüência
para Londres. Recebi um aviso do meu pai para me
preparar para o encontro no Rio. Saí do school com
armas e bagagens, registrei-me no Cumberland Hotel
em frente ao Marble Arch, com entrada para o Hyde
Park.
A guerra ainda não evoluíra com
muita violência, morriam mais atropelados nas ruas
que no front. De repente o débâcle, a retirada de
Dunkerque, a invasão eminente da Ilha, Churchill
com sua retórica heróica, o mês de abril decisivo.
Os alemães não invadiram, decidiram destruir a
Inglaterra por ar, as bombas chovendo sobre
Londres. No início de dezembro peguei meu
passaporte carimbado para o Brasil e a passagem
marítima, viajei para Southhampton, embarquei no
Andalucia Star, navio da Blue Star Line, sete dias
por mar sem ser comboiado, escapei dos submarinos
alemães. No dia 17 de dezembro de 1940
desembarquei no Rio de Janeiro às 21 horas, a
família reunida.
C'est ça!
imagem - Cumberland Hotel
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Ele chegou ao Rio, ao lugar que amou demais, ao lugar que está nadando, voando, correndo, amando....Ah! como ele amava o Rio. Como ficou fascinado.
RispondiEliminaMyra, as vezes fico querendo saber de você como foi esses momentos. O seu sentir.
beijos com carinho
adorava o Ro, Copacabana para ele é a "princesinha do mar", mas ama todo o Brasil que tao bem conheceu, e onde fez obras fantasticas...
RispondiEliminaobrigada Paula por me compreender...
eu tambem adorava o Rio, e o pouco que conheci do Brasil, sabe Paula, eu nao tenho patria, nem sentimento de patria, mas posso dizer que o Brasil,é o que mais se aproxima de sentir uma terra como a tua.
As memórias marcam como "ferro em brasa"
RispondiEliminae o que nos enaltece é a certeza das lembranças vivas.Diria mais, é como uma celebração da eternidade.
Um beijo
Caríssima Myra, grande idéia a sua em criar este espaço e pode contar comigo para divulgá-lo, estarei sempre por aqui!
RispondiEliminaobrigada de coraçao a vcs todos por me acompanhar na nossa conversa que serà infinita e etena!
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